Sai pra lá, hetero
Ser lgbt sempre me deu orgulho. Tomo como minha essa luta e visibilidade. A notícia ruim que tenho pra dar pra vocês é que, de uns tempos pra cá, eu venho me interessado pela beleza masculina. Ou seja, me redescobri bissexual. Porém, já entro nessa com pessimismo, ou seria melhor o heteropessimismo?
Sim, esse termo existe e vi em uma crônica da Taize Odelli, e foi definido como: “um profundo desgosto na performance da heterossexualidade e um constrangimento generalizado ao se identificar com ela”
Não tem muito o que dizer, né? Sabendo que estou entrando numa fria, decidi continuar. Mas meu pé no chão me faz viver com liberdade.
Eu me apaixonei por um homem e não fui correspondida. Sim, lido bem com rejeições e sei que não sou o alecrim dourado que DEVE ser amada por quem eu amo.
Mas… voltando ao ponto primordial: o machismo está em toda a parte, eu costumo dizer que se eu tiver um pretendente ele não deve ser pobre… de espírito.
Eu poderia enumerar os problemas políticos e sociais que nós, mulheres enfrentamos. Um deles é essa obrigação de reproduzir. Meu desejo, aos 34 anos, é ter um pet e só. Não sinto que fui feita para a maternidade. Outro é o número de homens no senado, e eles não estão interessados em criar políticas para melhorar a vida das mulheres.
Esse é mais um desabafo de uma menina que também está calejada com relacionamentos lésbicos mas que reconhece que o amor entre mulheres não é tóxico.
E vou contar uma coisa pra vocês: o homem por quem me apaixonei lidera um time de futebol de lésbicas.